Capítulo 2
O modelo de Filho
Eis aqui o Meu Servo, a Quem sustenho, o Meu Eleito, em Quem se compraz a Minha alma; pus o Meu Espírito sobre Ele; Ele trará justiça aos gentios.
Isaías 42.1
Nesse versículo, o Altíssimo anuncia a qualidade da entrega do Senhor Jesus ao abraçar a missão de vir ao mundo para dar a Sua vida. E todos os batizados com o Espírito Santo, filhos e herdeiros de Deus, devem obrigatoriamente estar enquadrados nesse mesmo padrão.
A Palavra que saiu da boca do Deus Pai sobre o Deus Filho mostra que Ele quer que coloquemos os nossos olhos sobre o Senhor Jesus, que é o modelo de Filho e de Servo em Quem devemos nos espelhar.
“Jesus é o Meu Servo; Jesus é o escolhido em Quem a Minha alma se compraz; Jesus é Quem Eu enchi do Meu Espírito; e Jesus tornará público o direito para os gentios (não para os judeus).”
Era costume, entre os reis daquela época, inclinar seus braços em demonstração de tributo ao seu servo mais fiel. É justamente isso o que ocorre aqui nessa passagem bíblica de Isaías 42.1, quando Deus, com um “eis aqui”, nos convida a ver o Senhor Jesus. O versículo descreve uma cena em que o Pai reconhece a humildade, o amor e a servidão do Filho a ponto de não apenas Lhe estender os braços, mas também de Se derramar em honra a Ele. A obediência de Jesus como Servo é tão grande que dá prazer a Deus, de maneira que Ele próprio Se inclina ao fazer referência ao Filho.
A expressão “Meu servo” também é encontrada em outras passagens para mostrar a forma como Deus trata os que Lhe obedecem e cumprem os Seus propósitos com lealdade. Alguns homens que receberam essa designação foram Moisés (cf. Números 12.7), Davi (cf. Salmos 89.20) e os profetas (cf. Jeremias 7.25).
Enquanto muitos se desgastam na busca por títulos, posição ou destaque neste mundo, o mais extraordinário privilégio está ao alcance daqueles que servem a Deus. Não há honra maior do que ouvir da parte do Senhor que somos Seus servos.
Outro ponto a se observar é o cuidado do Pai com o Filho. Isso se confirma diversas vezes no Texto Sagrado (inclusive em Isaías) quando Ele diz “a Quem sustenho”.
Ao enviar Jesus, o Deus Pai sabia que Ele carregaria a carga insuportável dos pecados de toda a raça humana. Por isso, Ele O sustentou com supremo apoio: o Seu próprio Espírito. Aprendemos com isso que somente os que possuem o Espírito de Deus conseguem ser sustentados diante das adversidades da vida. São esses que vencem o mundo e destroem os inimigos da sua fé.
O servo que dá prazer
Deus Se deleitava tanto no Senhor Jesus, e estava tão satisfeito com a Sua obediência e com o Seu sacrifício, que demonstrou isso a todos os que estavam presentes no Seu batismo:
E, sendo Jesus batizado, subiu logo da água, e eis que se Lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o Meu Filho amado, em Quem Me comprazo.
Mateus 3.16-17
Veja que o Altíssimo não insinuou nem falou com uma voz sussurrante e discreta. Ele deu um testemunho alto e público de aprovação à entrega do Senhor Jesus a Ele perante todos os presentes. Essa mesma declaração foi novamente ouvida em outra ocasião, dessa vez no monte da transfiguração, diante de Pedro, Tiago e João:
E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras, tomou Consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar. E, estando Ele orando, transfigurou-se a aparência do Seu rosto, e a Sua roupa ficou branca e mui resplandecente. E eis que estavam falando com Ele dois homens, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória, e falavam da Sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém.
E Pedro e os que estavam com ele estavam carregados de sono; e, quando despertaram, viram a Sua glória e aqueles dois homens que estavam com Ele. E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dEle, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para Ti, uma para Moisés, e uma para Elias, não sabendo o que dizia.
E, dizendo ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles na nuvem, temeram. E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o Meu amado Filho; a Ele ouvi. E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só; e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
Lucas 9.28-36
Por que Deus desejou tanto expressar a Sua satisfação pelo que o Senhor Jesus era e fazia?
O Pai não O amava apenas por Ele ser Filho, mas também por ser Servo, pois o Senhor Jesus tinha liberdade e poder para fazer a própria vontade e não Se submeter. Entretanto, Ele não Se valeu de Sua condição de Filho, mas espontaneamente abraçou a obra que o Pai idealizou para a Sua vida. Sendo Ele o Criador de todas as coisas com o Pai (inclusive da Lei para os homens), Se sujeitou a cumprir todos os Mandamentos de forma perfeita. O Senhor Jesus foi Servo quando ofereceu o Seu Ser, o Seu trabalho incansável, o Seu descanso e a Sua submissão à autoridade de Seus pais terrenos e à dos governantes de Sua época.
O relato desses detalhes é importante para termos uma pequena noção da obediência e humildade do Senhor Jesus neste mundo, embora nunca consigamos alcançar a profundidade da humilhação a que Ele foi submetido quando deixou a Sua glória celestial para Se manifestar em carne.
Por sermos limitados à nossa pequenez, é impossível imaginarmos o tamanho da Sua grandeza, que foi substituída por um corpo inferior ao Se tornar um de nós.
“Eis-Me aqui”, disse Jesus
Quando a Antiga Aliança estava chegando ao fim, por ter se tornado insuficiente o derramamento de sangue dos animais, era o momento de o sangue perfeito ser vertido na cruz para, de fato, satisfazer a justiça divina e purificar corações e consciências manchadas pela culpa. Não foi Deus Quem exigiu que o Senhor Jesus cumprisse o que, na eternidade, havia sido planejado, mas foi Ele mesmo, o Filho e Servo, Quem viu que era chegado o tempo e Se apresentou voluntariamente ao sacrifício. Veja:
Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados. Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo Me preparaste; holocaustos e oblações pelo pecado não Te agradaram. Então disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de Mim), para fazer, ó Deus, a Tua vontade.
Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem Te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a Tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.
Hebreus 10.4-9
Repare que o Filho, de bom grado, aceitou entrar no mundo por meio do nascimento uterino, da mesma forma que as demais pessoas. Ele consentiu que o Seu nascimento ocorresse em um estábulo e que Ele fosse colocado em uma manjedoura (o comedouro dos animais). Além disso, com humildade, recebeu o corpo humano que o Pai Lhe preparou, por intermédio do Espírito Santo.
O Senhor Jesus aceitou, ainda, a Sua família terrena. Ele não somente concordou em conviver com pecadores, mas também os amou e, em todo o tempo, lhes fez o bem. Mesmo sabendo que seria maltratado e traído, acolheu todos com amor, inclusive aquele que iria entregá-Lo à prisão.
O Senhor Jesus concordou em pagar o preço de ser a oferta sacrificial. Assim, Ele foi cuspido, rejeitado e Se tornou maldito em nosso lugar. No local onde a cruz do nosso Salvador foi erguida, não havia um Altar convencional (como o existente no templo) nem um sacerdote visível para conduzi-Lo à morte (como ocorria com os animais levados para expiação de pecados); mas ali estava o Deus Filho completamente vazio de Si mesmo, sendo o Cordeiro que o Deus Pai sacrificava no Seu Altar natural, o monte Gólgota (cf. Mateus 27.33-35).
Durante toda a vida, o Senhor Jesus teve apenas uma aspiração e por ela lutou diligentemente: fazer a vontade do Pai. Isso era tão importante para Ele que repetiu Seu lema de vida muitas vezes.
Então os discípulos diziam uns aos outros: Trouxe-Lhe, porventura, alguém algo de comer? Jesus disse-lhes: A Minha comida é fazer a vontade dAquele que Me enviou, e realizar a Sua obra.
João 4.33-34
Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o Meu juízo é justo, porque não busco a Minha vontade, mas a vontade do Pai que Me enviou.
João 5.30
Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade dAquele que Me enviou.
João 6.38
E apartou-Se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-Se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de Mim este cálice; todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua. E apareceu-Lhe um anjo do céu, que O fortalecia.
Lucas 22.41-43
Veja que, em nenhum momento, o Filho murmurou, mas suportou as dores da Sua missão com magnífica fidelidade. Então, após Sua morte e ressurreição, Ele foi recebido no Céu com as maiores honras jamais vistas por toda a eternidade. No papel de Filho e de Servo, o nosso Salvador cumpriu a Sua missão com excelência. Logo, foi exaltado sobremaneira pelo Pai e ainda o será, para todo o sempre, por aqueles que tiverem sido resgatados por Ele.
Diante disso, penso que é impossível para alguém que é filho de Deus não ter o desejo de ser Seu servo e de servir como testemunha da justiça de Deus neste mundo, justamente porque, diante de nós, está o modelo a ser seguido.
Quando nos espelhamos na Sua vida e no Seu serviço, aprendemos a servir de verdade e ainda nos diferenciamos daqueles que dizem que Lhe servem, mas, na verdade, nem dEle são.
O que custou para Jesus Se tornar Servo
Deus quer enxergar em nós o mesmo que viu no Senhor Jesus. Então, devemos ter em mente o exemplo perfeito e a conduta humilde de Alguém que tanto Se curvou, de maneira voluntária, para obedecer ao Seu Pai.
Para entendermos um pouco melhor sobre o que custou ao Senhor Jesus Se tornar a oferta de Deus (Servo), devemos nos lembrar de Quem Ele era — e é — e no que Ele precisou Se tornar, para que assim possamos imitá-Lo.
[...] sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas fez a Si mesmo de nenhuma reputação, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Filipenses 2.6-8
As Escrituras revelam que o Deus Filho desfrutava de toda a glória com o Deus Pai, mesmo antes da fundação do mundo (cf. João 17.5). Isso mostra que o relacionamento entre o Senhor Jesus e Deus era de uma comunhão eterna e singular. Mas, na Sua encarnação, ou seja, quando veio ao mundo em carne e osso, Ele não ousou assumir a “forma” de Deus. Quer dizer, Ele, que compartilhava os mesmos atributos que o Pai, não lutou para manter essa igualdade na Terra, ao se tornar humano. Antes, manteve em oculto toda a Sua grandeza e beleza para viver como uma pessoa comum, com as mesmas particularidades das demais pessoas, a fim de poder anunciar o Evangelho a elas. Dá para imaginar o Deus Filho vivendo na pequena Nazaré anonimamente por 30 anos? Isso mostra o quão simples e semelhante aos outros homens Ele havia Se tornado.
Infelizmente, o contraste entre a Sua conduta e a conduta de muitos hoje é notório. Enquanto existem aqueles que querem mostrar o que não são para impressionar os outros, o Senhor Jesus Se diminuiu e esteve entre os homens como que com um “véu” que encobria a Sua gloriosa aparência divina, pois só assim poderia revelar a Sua forma de Servo.
Portanto, o Verbo que Se fez carne (cf. João 1.14) ou a Palavra que Se fez carne, que sempre foi Espírito, recebeu um corpo mortal, com fraquezas, dores, necessidades e desejos, além de estar sujeito às corrupções próprias da natureza humana. Na condição de Deus, Jesus jamais seria tentado pelo mal; porém, na condição de homem, Ele foi.
Prova disso foi a tentação que sofreu no deserto, quando Satanás apelou para a Sua natureza humana e Lhe fez propostas proporcionais às Suas necessidades naquele momento (cf. Mateus 4.1-11).
Ao dizermos que o Senhor Jesus Se esvaziou, estamos afirmando que Ele pôs de lado a Sua alta posição e majestade incomparável para assumir o posto mais humilde: o de Servo do ser humano. Era assim que Ele servia ao Pai: Se dedicando aos perdidos e aflitos. Ele Se humilhou para socorrer aqueles que transgrediam a Sua Lei e ainda assumiu o lugar deles para morrer.
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
Lucas 19.10
Ao trocar o Céu pela Terra, o Senhor Jesus experimentou as dores, o sofrimento e as circunstâncias que afligem o ser humano. Ele sabe exatamente como é viver neste corpo, pois “sentiu na pele” nossas agruras.
Como homem, Ele venceu as aflições a que somos submetidos e, por esse motivo, pode Se compadecer de nós e nos socorrer.
Porque não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer- Se das nossas fraquezas; porém, Um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Hebreus 4.15
O Servo obediente
Vimos que o Senhor Jesus não Se tornou Servo por pressão, imposição ou castigo. Ele não deixou o Céu por uma punição, como aconteceu com o diabo (ou com Adão e Eva, ao serem expulsos do jardim do Éden). Mas, de forma espontânea e prazerosa, o Filho desceu à Terra e foi obediente ao Pai desde a Sua concepção até a Sua morte.
A ênfase da Sua humilhação estava em morrer pelo tipo de morte mais cruel e vergonhosa que existia, pois a cruz era o castigo comumente aplicado a escravos ou malfeitores (cf. Deuteronômio 21.22-23). Na Sua morte, o Filho estava coberto de pecado e de desonra extrema aos olhos do Pai, e nenhuma dessas transgressões eram Suas.
Enquanto a cruz era apenas humilhação para a sociedade daquela época, para o Senhor Jesus, era um Altar e, ao mesmo tempo, o púlpito de onde Ele pregava a maior Mensagem do Evangelho: o sacrifício da própria vontade pela vontade de Deus.
Foi a cruz que levou o nosso Salvador a Se sentar em um trono de glória, ao lado do trono do Pai. Foi o sacrifício que deu a Ele um Nome que está acima de todos os nomes.
Ele poderia ter evitado toda essa dor, conforme falou com Pedro quando este feriu Malco, soldado da guarda do templo:
Ou pensas tu que Eu não poderia agora orar a Meu Pai, e que Ele não Me daria mais de doze legiões de anjos?
Mateus 26.53
Apesar de poder fazer o que disse ao Seu discípulo, o Senhor Jesus permaneceu no Seu propósito de fazer a vontade do Pai.
Com isso, vemos que servo é aquele que é capaz de renunciar aos seus direitos e privilégios em favor de outros, e faz isso de boa vontade. Aliás, quem é servo de Deus de verdade não vive achando que o mundo gira ao seu redor, que todos têm de lhe servir. O servo jamais viverá para agradar a si, à sua família ou à sua carreira, pois tudo o que ele faz visa promover a glória de Deus.
Desse modo, não existe um tempo ou um período da vida em que o servo está isento de servir, pois quem nasceu de Deus sabe que faz parte do Corpo para servir. Sendo assim, a credencial de um cristão genuíno é a sua responsabilidade de contribuir com o Reino. Logo, a sua visão não está nos benefícios que pode receber de Deus, mas no que pode dar a Ele. Isso vai contra os desejos egoístas enraizados no coração humano, que normalmente só pensa em si mesmo.
O Senhor e o escravo
No Novo Testamento há duas palavras interessantes para entendermos um pouco mais sobre o relacionamento entre o Senhor e o servo: “Kyrios” (que significa senhor, dono, amo) e “doulos” (que significa escravo).
Ser escravo naquela altura em que o Império Romano dominava grande parte do mundo — inclusive Israel — significava, entre outras coisas, ser privado de direitos, ser visto como uma propriedade de alguém e não ser consultado a respeito de coisa alguma.
E era como “doulos”, ou seja, como escravo, que o apóstolo Paulo mais se apresentava em suas cartas registradas nas Escrituras. Ao fazer isso, ele declarava não ser mais senhor da sua própria vida e não ter mais liberdade para decidir sobre o seu próprio futuro. Ele havia se colocado como um escravo do “Kyrios”, isto é, do Senhor Jesus Cristo, de Quem seria totalmente dependente. Ter entendido a sua posição e ter se rendido à autoridade e ao sacrifício fez com que o ministério de Paulo fosse frutífero. Ele foi o apóstolo que mais plantou igrejas e que mais escreveu e contribuiu com o cânon bíblico.
Paulo permaneceu firme na fé quando enfrentou fome, nudez, frio, açoites, apedrejamentos, naufrágios, prisões, traições e abandono. Tudo por causa do Evangelho.
Com tamanha transformação espiritual, ele compreendeu a mudança da sua condição. Antes, o apóstolo era escravo de Satanás, que é um péssimo senhor para os seus servos, mas agora Paulo compreendeu que tinha sido comprado por um bom preço (cf. 1Coríntios 7.23). Por isso, ele abraçou essa oportunidade e não jogou fora o alto privilégio de servir Àquele que o considerou tão valioso.
Sim, Deus nos considera de tanto valor que nos comprou com o preço do sangue do Seu próprio Filho.
Por ter essa visão, Paulo sequer se considerava um prisioneiro de Roma, embora o tivesse sido por anos a fio. Ele se considerava mesmo um prisioneiro do Senhor (cf. Efésios 3.1; 4.1; 2Timóteo 1.8). O apóstolo era um cativo de Deus de forma voluntária e amorosa. Por isso, ele pôde dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2.20).
Podemos dizer que Paulo foi a semente que, caindo na terra, morreu, como ensinou o Senhor Jesus:
Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.
João 12.24
Portanto, quem foi escolhido e gerado por Deus será também essa semente.
Mas se você ainda não foi, essa “escravidão” a que Paulo se refere irá assustá-lo e você não conseguirá se entregar com essa intensidade.